Os fatos articulados, na notícia veiculada pelo semanário Povo de Guimarães, do passado dia 8 de Junho, não correspondem à realidade económica e financeira da Vimágua, pelo que se impõe o necessário esclarecimento.

O Conselho de Ministros, de 3 de maio de 2012, aprovou uma proposta de lei que estabelece o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais.

O projeto prevê a obrigatoriedade da extinção das empresas locais sempre que:

1. A entidade pública contratante tenha de cumprir obrigações assumidas pela empresa local para as quais o respetivo capital se revele insuficiente;
2. As vendas e prestações de serviços realizadas, durante três anos desde o início efetivo de atividade, não cubram, pelo menos, 50% dos gastos totais incorridos
3. Quando se verificar que nos últimos três anos o peso contributivo dos subsídios de exploração tenha sido superior a 50% das suas receitas
4. Quando se verificar que nos últimos três anos consecutivos o EBITDA (resultado operacional) – CAPEX (investimento) da empresa tenha sido negativo. 

Ora, ao invés do veiculado na notícia, a Vimágua não se enquadra no universo das empresas a extinguir, porquanto não se encontra inserida em nenhum dos pressupostos aqui enunciados, como facilmente poderia ter sido constatado pela leitura dos documentos legais de contas, disponíveis no sítio eletrónico da Vimágua, ou através de um simples contacto com a Administração da empresa, evitando, desta feita, a produção de uma notícia sem qualquer fundamento que cria a convicção no leitor de que a Vimágua irá ser extinta.

Para um cabal esclarecimento da questão que aqui se impõe, cumpre-nos informar que a Vimágua, em 2008, contratou um empréstimo em regime de Project Finance no montante de 24 milhões de euros, devidamente aprovado pelas Assembleias Municipais de Guimarães e Vizela, estando atualmente em dívida cerca de 22 milhões de euros.

Esta operação serviu para reestruturar o passivo e financiar o seu programa de investimento. Assim a Vimágua financiou não só os investimentos já realizados como o plano de investimentos futuros.

Importa, ainda, realçar que a Vimágua investiu, em infraestruturas de água e saneamento, entre 2003 e 2011, 67,2 milhões de euros, tendo obtido comparticipações a fundo perdido de cerca de 40%. Para o triénio de 2011-2013, foi aprovado, em sede de Plano Plurianual de Investimentos, o montante de 19 milhões de euros, designadamente em extensões de redes nas freguesias.

A propósito das referências ao endividamento da Vimágua importa vincar que dívida e sobretudo a relativa a financiamento bancário não pode ser interpretada como desequilíbrio ou dificuldade financeira. A análise da situação económica e financeira de uma empresa só pode ser aferida por um conjunto mais vasto de indicadores e a análise do seu endividamento terá que ser feita em termos relativos e não absolutos e atender ao fim a que o mesmo se destina. No caso da Vimágua, o endividamento destina-se a financiar um programa de investimento em expansão de infraestruturas públicas, o qual foi apenas parcialmente financiado com recurso a esse endividamento bancário.

A evolução da situação económica da Vimágua, atentos os resultados positivos apurados nos exercícios de 2009, 2010 e 2011, é positiva.

De referir que a situação Económica da Vimágua espelha, entre outras, a realidade de uma empresa em grande expansão e características de uma gestão orientada para o equilíbrio da exploração, a médio e longo prazo, de um serviço público de cariz essencial, que procura níveis de atendimento e padrões de qualidade elevados sem onerar excessivamente os orçamentos familiares. Assim sendo, a política tarifária adotada visa promover o equilíbrio económico-financeiro sustentável da empresa.

A Vimágua terminou o ano de 2011 com um resultado líquido de 1.026.642,00 euros. Os rendimentos operacionais cresceram 727.012 euros (+4,51%) face aos registados durante o ano 2010, resultado do crescimento de clientes.

Posição financeira

Rácios

Assim, a Vimágua vem realizando um trabalho sério e rigoroso, resultado do empenhamento de todos quantos, todos os dias, aí dão o seu melhor, o que se reflete objetivamente em resultados positivos que garantem a sua viabilidade e continuidade, mesmo no atual cenário de crescente rigor e exigência.

Guimarães,11 de Junho de 2012

O Presidente do Conselho de Administração

(Armindo Costa e Silva)